Poetas, músicos, estudiosos e políticos se reuniram na manhã desta quinta-feira (19), no Bioparque Pantanal, para prestigiar o Congresso Brasileiro das Academias Estaduais de Letras 2023. O evento acontece até esta sexta-feira (20), conta com a presença de 20 academias do país e debate “crise de pensamento” na Literatura e Artes. “O mundo está precisando de mais literatura, de mais poesia, mais pensamento. A crise é de pensamento, de comportamento”, disse o presidente da ASL (Academia Sul-Mato-Grossense de Letras), Henrique de Medeiros. Para o presidente, o cenário literário em Mato Grosso do Sul sofre, assim como todo o país, com a desvalorização. Por isso, o evento busca reacender debates sobre crises no setor e estimular o intercâmbio entre os estados brasileiros. “É um investimento que não é só em Mato Grosso do Sul, é no Brasil, porque é um evento que traz as academias de letras estaduais, genuínas, oficiais de letras de todo país, junto com a Academia Brasileira de Letras, para discutir educação, cultura, e para que possa ser distribuído no país no sentido de troca entre elas.” O governador Eduardo Riedel disse que quando o Estado reúne as academias estaduais de letras e valoriza a Academia Sul-Mato-Grossense, deixa claro a vontade em avançar e valorizar o setor. “Não temos como avançar sem entender o nosso processo de consolidação estadual que está vinculado as suas raízes, a sua cultura, as suas tradições, expressado por todos os membros que passaram e estão hoje na Academia Sul-Mato-Grossense de Letras”. Para ele, a cultura sul-mato-grossense tem que ser mais valorizada e estimulada. “A nossa literatura, a nossa música, a nossa arte nas suas mais diversas formas. Elas fazem de Mato Grosso do Sul o que ele é hoje e a gente tem a todo momento que valorizar que lembrar que usufruir e beber um pouco desse mundo de conhecimento que está posto. A academia sul-mato-grossense de letras é um celeiro nesse sentido, pra que a gente possa ir pra frente de maneira saudável, do ponto de vista da nossa alma, da nossa capacidade de compreender as nossas origens”. Marcelo Miranda, representante da Fundação de Cultura do Estado, acrescenta que o congresso valoriza a cultura, e segundo ele, o mais importante, valoriza o trabalho que a Academia Sul-Mato-Grossense faz pelo estado. “Eu acho que a literatura é uma das principais linguagens da nossa cultura e que estimula o espírito político, resgata, realmente faz a memória da nossa história, então eu estou muito feliz de estar fazendo esse grande evento". Fim dos livros físicos ? Questionado sobre o fechamento de livrarias em Campo Grande e no país, Henrique ressalta que o momento é de migração para redes sociais, mas que o ato não significa necessariamente que os livros físicos estejam em extinção. Pelo contrário, ele acredita que a aprendizagem dos conteúdos é melhor da forma impressa. “É lógico que a gente tem uma tristeza enorme porque a gente vê justamente os canais de literatura e cultura fechados. Infelizmente é o momento e vamos viver assim. É um momento de comportamento, com a presença de muitas mídias sociais que tem provocado isso“, finaliza. Cronograma - A programação acontece nesta quinta-feira durante a tarde, com mesas-redondas internas na Academia Sul-Mato-Grossense de Letras. Já na sexta, a mesa será a partir das 14h. Neste dia, o evento é aberto ao público geral e também acontece na Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, localizada na Rua 14 de Julho, bairro São Francisco. Entre os temas previstos para a programação, estão pautas voltadas às inter-relações das oficiais, o diálogo da literatura entre os Estados brasileiros, a literatura como suporte das manifestações culturais entre os Estados, a contextualização da atual fragmentação caótica de textos na internet e os saltos e quedas da Literatura em função da tecnologia e IA (Inteligência Artificial). Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News .
