Sorgatto, Daniel, Cristiomário, Lucas e Pábio Mossoró: grandes vitoriosos do Entorno de Brasília
Delegado Cristiomário derrotou o poder econômico de Planaltina. Em Valparaíso a criatura devorou a criadora
Há vários vitoriosos mais importantes na disputa pelas prefeituras do Entorno de Brasília. Mas cinco merecem figurar na galeria dos grandes vitoriosos: Daniel do Sindicato, Delegado Cristiomário, Diego Sorgatto, Lucas Antonietti (Dr. Lucas da Santa Mônica) e Pábio Mossoró.
Daniel do Sindicato: prefeito reeleito de Cristalina | Foto: Reprodução
Em Cristalina, o prefeito Daniel do Sindicato, do Democratas, enfrentou duas pedreiras, o Dr. Osório (segundo colocado), do PSC, e o ex-prefeito Luiz Carlos Attié (terceiro colocado), do Podemos. Venceu todos, obtendo 44,96% dos votos.
Com o apoio do governador Ronaldo Caiado e do deputado federal José Mário Schreiner, Daniel do Sindicato operou com eficiência e superou os desgastes naturais de ter passado quatro anos à frente do Executivo municipal.
Delegado Cristiomário: prefeito eleito em Planaltina de Goiás | Foto: Youtube
Delegado Cristiomário, do PSL, enfrentou a força do poder econômico dos grupos do presidente nacional do PROS, Eurípedes Júnior, e da deputada Magda Mofatto. Apoiado pelo deputado federal Delegado Waldir Soares, presidente do PSL em Goiás, ganhou a eleição, com 33,24% dos votos. Foi a vitória da determinação. Carlinhos do Egito (PROS), com uma imensa estrutura bancada por Eurípedes Júnior, ficou em terceiro lugar, com 32,12% dos votos. O segundo colocado é Professor Zenilton, do PL. Em Planaltina de Goiás o tostão, Cristiomário, derrotou os milhões. O que prova a consciência do eleitor de que era preciso apostar na mudança.
Diego Sorgatto: prefeito eleito de Luziânia | Foto: Fábio Costa
Luziânia era considerado um “feudo” (uma “hacienda”) do prefeito Cristóvão Tormin. Seus aliados costumavam dizer: “Cristóvão elege até uma pedra”. A força do poder econômico e as pressões funcionaram ao menos em dois pleitos. Mas, quando o povo quer mudar, ninguém o segura. Diego Sorgatto, do partido Democratas, foi eleito com 57,16% dos votos. O segundo colocado, Wilde Cambão (PSD), ficou bem atrás, com 19,89%. Em seguida, veio Professora Edna Aparecida (Podemos), com 18,01%.
Juntos, Cambão e Professora Edna obtiveram 31.870 votos, ou seja, Diego Sorgatto teve 16.191 votos a mais do que os dois somados. O democrata foi bancado por 48.061 eleitores. Mais do que uma vitória, foi uma surra eleitoral.
Lucas Antonietti: prefeito eleito de Águas Lindas | Foto: Reprodução
Lucas Antonietti, do Podemos, foi eleito prefeito de Águas Lindas, numa disputa apertada. Ele obteve 47,61% dos votos, contra Wilson do Tullio, do Democratas, que conquistou 47,56%. A diferença foi de 35 votos. A frente articulada contra o médico era poderosa, sobretudo porque o prefeito Hildo do Candango é um dos mais bem avaliados do Entorno de Brasília. Isto sugere que a vitória do postulante do Podemos é mais emblemática do que parece. Não parece, mas, antes a máquina posta à disposição de Wilson do Tullio, a vitória de Dr. Lucas tem de ser considerada maiúscula.
Uma das vitórias mais expressivas foi a Pábio Mossoró (MDB), em Valparaíso de Goiás. A postulante do PSDB, a deputada Lêda Borges, havia espalhado que venceria com facilidade, sugerindo que a “criadora” iria engolir a “criatura” na disputa eleitoral de 2020. Se ela considera a “deusa” da política do município. Humilde, Pábio decidiu que não iria entrar em guerra contra a parlamentar. Pelo contrário, decidiu trabalhar ainda mais e estreitar os laços com a sociedade e com os grupos políticos que não simpatizam com a tucana (que tem a fama de brigar com todo mundo).
Pábio Mossoró: prefeito reeleito de Valparaíso | Foto: Fernando Leite/ Jornal Opção
Aos poucos, quando foram divulgadas as primeiras pesquisas, Lêda Borges assustou-se, mas não Pábio. Ele estava em primeiro lugar, em todas as pesquisas idôneas. A deputada chegou a pensar em desistir, mas, sob pressão do ex-governador Marconi Perillo, permaneceu no páreo. Resultado das eleições: Pábio obteve 51,40% dos votos (29.241 votos). Lêda Borges ficou bem atrás, como 36,14% (e apenas 20.559 votos).
A vitória de Pábio mostra que a determinação é fundamental tanto na vida quanto na política. Ele resistiu às pressões e a criatura acabou por “devorar” a criadora. Para Lêda Borges fica a lição de que não se subestimar os adversários nem tratar as pessoas com arrogância e mau humor.
Em 2022, Lêda Borges terá dificuldade para se reeleger. Por ter disputado mandato de prefeita, deu a entender que não estava satisfeita na Assembleia Legislativa, ou seja, não se preocupou com aqueles que às vezes abdicaram de projetos pessoais para apoiá-la na eleição de 2018. O general Golbery do Couto e Silva, um grande especialista em geopolítica, costumava sugerir que no bojo de uma derrota quase sempre se terá outra derrota. Pode ser o caso da parlamentar. Frise-se que Pábio Mossoró deve lançar um candidato a deputado estadual para representar Valparaíso. “No fundo, Lêda Borges representa apenas a si mesma”, afirma um vereador.
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