Sequelas ortopédicas da Covid-19 podem comprometer qualidade de vida dos pacientes
Processo de inflamação aguda da doença ativa resposta inflamatória, que pode produzir lesão direta em nervos periféricos e músculos, produzindo fraqueza e dor por todo o corpo
A luta contra o coronavírus ainda não está vencida. Seguimos lidando com um vírus pouco conhecido capaz de gerar diversos sintomas por todo o copo. E mesmo após a alta hospitalar e após o período de transmissão, o médico ortopedista e traumatologista Maurício Morais alerta que ainda é preciso enfrentar uma grande batalha. Isso porque alguns sintomas podem persistir por meses e até anos, comprometendo a qualidade de vida dos “recuperados” da doença.
O especialista ressalta que diversos pacientes relatam sentir dor física e interferência no estado emocional, com sintomas de ansiedade e depressão, além de fraqueza nos braços, fadiga e falta de ar.
“O processo de inflamação aguda da Covid-19 ativa uma resposta inflamatória, que pode produzir lesão direta em nervos periféricos e músculos, produzindo fraqueza e dor por todo o corpo. Por outro lado, temos o descondicionamento físico, que é provocado pela imobilidade durante a doença”, detalha Maurício.
Segundo o ortopedista, é preciso que os profissionais de saúde atuem de forma integrada, aliando conhecimento em busca de respostas para os diversos sintomas enfrentados após a doença. “Uma equipe multiprofissional com pneumologista, infectologista, ortopedista, fisiatra, fisioterapeuta, às vezes geriatra e psicóloga”, elenca. “Temos uma grande luta pela frente. Precisamos acolher essas pessoas, tratar suas dores e angústias”, defende.
Tratamento
“Geralmente, nos casos em que o paciente apresenta fraqueza e cansaço, o ideal é manter uma nutrição adequada, aliada à fisioterapia que vai ajudar muito a questão da reabilitação pulmonar e física. Em relação à perda de força muscular é preciso reabilitar primeiro esse paciente de maneira respiratória para fazer uma atividade física e recuperar a parte dessa força”, explica o profissional.
Em relação ao manejo da dor, o médico afirma que é preciso avaliar as características que esse paciente apresenta, se ela está acompanhada de formigamento, queimação no local do nervo e outras características, para definir o tratamento que pode incluir medicamentos como antidepressivos, anticonvulsivantes e fisioterapia. “A acupuntura também pode ajudar bastante nesses quadros”, acrescenta.
“As dores também podem ocorrer por questões de mialgia, o que inspira ainda mais de cuidado. Principalmente em relação ao uso de anti-inflamatórios, visto que são pacientes que podem ter tido lesão hepática, ou lesão renal. Outro cuidado refere-se à pacientes idosos, mas com uma boa avaliação médica e o acompanhamento global do paciente é possível avançar bastante”, assegura Maurício.
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