Invencível Inês
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A exposição consta de fotos, documentos -como a carta de seus pais ao infame general Silvio Frota, ministro do Exército, pedindo o corpo da filha que julgavam morta- e um curta de 1974, "Inês", dirigido pela francesa Delphine Seyrig. Foi o filme que chamou a atenção internacional para ela, então presa em Bangu e condenada à prisão perpétua.
Inês foi libertada na anistia, em 1979. Filmada por Norma Bengell, pode ser vista deixando a penitenciária em direção aos amigos e parentes -olhando para frente, íntegra, sorrindo, batendo palmas. "Não devo chorar", ela disse, pouco antes de cruzar a porta. Inês poderia ter sido morta, mas nunca vencida.
Foi a única sobrevivente da Casa da Morte, um casarão de Petrópolis usado para a tortura. Nos intervalos das sevícias, fixou mentalmente os rostos, nomes, codinomes, traços físicos e mais detalhes dos 20 homens que a supliciaram, entre os quais oficiais do Exército. No futuro, seis deles seriam reconhecidos por ela.
A Inês devemos o conhecimento, localização e finalidade da Casa da Morte. Em troca, o Brasil deveria fazer desse endereço um lugar que nos alertasse para o que significa o Estado sem lei. Leia mais (07/24/2024 - 08h00)