Mergulhada na obra de
Clarice Lispector, descobri uma crônica que ela escreveu para o Jornal do Brasil (12/9/1970): "Das vantagens de ser bobo". Lembrei-me das inúmeras vezes que fui chamada de "bobinha", "boazinha" e "meiguinha" por ser aquela que nunca briga, não grita e é praticamente invisível para não incomodar ninguém. Aquela que, por ter sido espancada e xingada de "bosta" pelo pai, acabou se escondendo em um armário escuro e não tem, até hoje, coragem de sair de lá. Aquela que sempre foi triste e teve vergonha de ser a "Olívia Palito", "diferente" de todas as meninas alegres, autoconfiantes e bonitas.
Leia mais (12/10/2024 - 07h00)