Presidente da Amma critica podas da Equatorial: “Eles mutilam as árvores da cidade”
“A Equatorial tem uma conduta de corte que mutila as árvores, não respeita o equilíbrio das espécies e causa danos ambientais e visuais à cidade.” A afirmação é da presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente de Goiânia (Amma), Zilma Percussor Campos Peixoto, ao comentar as podas realizadas pela empresa responsável pelo fornecimento de energia elétrica na capital.
A declaração foi dada durante uma reunião estratégica promovida pela Amma, na manhã desta quinta-feira, 30, com representantes da Equatorial Energia e da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). O encontro teve como objetivo discutir a reformulação do termo de cooperação que rege os cortes e podas de árvores na cidade.
Em entrevista exclusiva ao Jornal Opção, Zilma destacou que a reunião foi conduzida com foco na preservação ambiental, na segurança urbana e no cumprimento da legislação vigente. Segundo ela, desde o início da atual gestão, a agência tem atuado em parceria com a Equatorial para corrigir práticas inadequadas de manejo arbóreo que contrariam o Plano Diretor de Arborização Urbana.
Árvores cortadas de forma lateral ou em “U” perdem estabilidade, tornando-se vulneráveis a quedas, especialmente após chuvas intensas. “Uma árvore frondosa pode reter até mil litros de água. Se ela está desequilibrada, o peso da água pode fazê-la tombar”, explicou a presidente.
Além do risco físico, há o impacto estético e ambiental. “Estamos mutilando a paisagem urbana. Árvores cortadas pela metade deixam a cidade visualmente agredida. E em tempos de aquecimento global, a árvore é nosso maior patrimônio”, destacou Zilma, lembrando que Goiânia recebeu o certificado da ONU como “Cidade Árvore do Mundo”, Tree Cities of the World, por sua densidade arbórea por metro quadrado.
A reunião teve como objetivo revisar o antigo termo de cooperação, que nunca havia sido atualizado, e não assegurava os critérios técnicos e legais exigidos pela Amma. A nova minuta propõe que a Equatorial possa realizar cortes emergenciais sem autorização prévia, desde que siga um protocolo rigoroso: fotografar a árvore, registrar a situação e enviar as imagens à Amma, que manterá um histórico arbóreo.
“Se houver uma ventania, chuva forte, ou um carro que colidiu com a árvore, e ela estiver prestes a cair sobre a fiação, eles estão autorizados a agir. Mas precisam documentar tudo e nos enviar”, explicou Zilma.
Em casos não emergenciais, a Equatorial deverá informar previamente os locais onde pretende atuar, permitindo que a Amma acompanhe e autorize os procedimentos. “Eles já têm os chamados ‘circuitos’ de poda preventiva. Agora, vão compartilhar essas agendas conosco”, completou.
Replantio obrigatório
O novo termo também estabelece que, em situações em que o corte for inevitável, a Equatorial deverá realizar o replantio de uma nova árvore no mesmo local, respeitando o porte adequado para não interferir na fiação. “Às vezes, o corte necessário é tão grande que é melhor retirar a árvore e plantar outra que não comprometa a rede elétrica”, disse Zilma.
A empresa também será obrigada a contar com um responsável técnico para avaliar cada situação. “Estamos cobrando que a Equatorial tenha um profissional capacitado para essas decisões. O termo vai estabelecer as condições em que eles podem atuar com ou sem autorização”, reforçou.
Orientações ao cidadão
Zilma esclareceu que, embora a árvore na calçada seja responsabilidade do proprietário, ele não pode realizar cortes ou podas por conta própria. “Só a Comurg pode fazer isso, após autorização da Amma. O jardineiro comum não tem o conhecimento técnico necessário, e isso pode matar a árvore”, alertou.
Para facilitar o cumprimento da legislação, a Amma lançou o programa “Goiânia Mais Verde”, que oferece ao cidadão o plantio gratuito de mudas nas calçadas. “Basta ligar para a Amma. Nós vamos até o local, levamos a muda e fazemos o plantio”, explicou. O serviço de poda ou retirada de árvore pela Comurg custa R$139 e só pode ser feito após autorização da agência.
Planejamento urbano
A presidente da Amma destacou que o prefeito Sandro Mabel tem como meta ampliar os parques da cidade e fortalecer ações que promovam qualidade de vida. “A árvore é sinônimo de segurança, conforto térmico e saúde urbana. Precisamos cuidar dela como nosso maior patrimônio”, concluiu Zilma.
Equatorial
Ao Jornal Opção, a Equatorial apontou que a reunião realizada nesta quinta-feira, com representantes da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA) e da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) teve como objetivo fortalecer a integração entre as instituições. A iniciativa busca promover sinergia nas ações conjuntas, oferecendo melhores resultados para a população.
Ainda conforme o comunicado, a parceria reforça o compromisso das partes em atuar de forma colaborativa, potencializando recursos, otimizando processos e gerando benefícios diretos à comunidade e ao meio ambiente.
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