Festival em Tatuí apresenta seis peças gratuitas até sábado
“Peças Fáceis” abre nesta quarta-feira (12) a 5ª Mostra Téspis. Evento prossegue até sábado (15), com “A Incomum Arte de Não Prestar Pra Nada”, “(Ab)surdo Coração”, “1989” “Coisas do Interior” e “Acima de Qualquer Suspeita”
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Quem aprecia teatro tem seis motivos para visitar Tatuí nesta semana. A cidade, localizada a menos de 60 quilômetros de Sorocaba, sedia a quinta edição da Mostra Téspis de Teatro, promovida pelo Conservatório Dramático e Musical Dr. Carlos de Campos. Neste ano, o festival não competitivo conta com a participação de grupos de três municípios da Região Metropolitana de Sorocaba (Sorocaba, Votorantim, Sarapuí e da própria Tatuí), que encenam seis espetáculos de estilos variados. Todas as apresentações têm entrada gratuita.
A abertura acontece nesta quarta-feira (12), às 20h, com a montagem “Peças fáceis”, do grupo sorocabano Pró-Posição. A programação prossegue na quinta-feira (13), com a Nossa Trupe Teatral, de Tatuí, encenando “A Incomum arte de não prestar pra nada”. Nos dois dias seguintes a Mostra Téspis tem agenda dupla. Sexta-feira (14), a Cia. Ímpares – outro grupo tatuiense – encena “(Ab)surdo coração” e Coletivo Cê, de Votorantim, leva ao palco a peça “1989”. Para o encerramento do evento no sábado (15), foram agendados os espetáculos “Coisas do Interior”, com a Cia. Teatral Sarapós, de Sarapuí, e “Acima de qualquer suspeita”, em montagem da Cia. Exodus Art’s, de Tatuí.
Peças fáceis
“Peças Fáceis”, espetáculo do grupo Pró-Posição, de Sorocaba, que abre a Mostra Téspis nesta quarta-feira (12), às 20h, no teatro Procópio Ferreira, é o quinto trabalho da parceria cênica entre as artistas Janice Vieira e Andréia Nhur, mãe e filha. A criação propõe um “estudo sonorocoreográfico” de algumas peças musicais compiladas pelo compositor barroco Johann Sebastian Bach (1685-1750) e sua esposa Anna Magdalena Bach (1701-1770).
De acordo com o grupo, a obra mistura Bach e dança, música ibérica e ritmos brasileiros “numa ciranda de memórias culturais para se ouvir e dançar”. “Movimento e som são produzidos na mesma dimensão temporal, ora por um disparo de voz que é gesto dançado, ora por uma propulsão de instrumento que é o corpo”. A classificação é livre.
A incomum arte de não prestar pra nada
“A incomum arte de não prestar pra nada”, cartaz de quinta-feira (13), às 20h, também no “Procópio Ferreira”, é o trabalho mais recente do grupo tatuiense Nossa Trupe Teatral. O texto escrito a quatro mãos pelos professores do Setor de Artes Cênicas do Conservatório de Tatuí, João Fabbro e Thiago Leite, tem montagem dirigida por Rodrigo Cassiano da Costa.
A obra coloca no palco uma dupla de palhaços que se encontra “em um lugar qualquer, no grande e esperado tempo do acaso”, para mostrar seu talento. Entre uma trapalhada e outra e em meio a números tradicionais do mundo do circo, Malakai e Sinforoso transformam sua tentativa de sucesso em um “magnífico fracasso”. A classificação também é livre.
(Ab)surdo coração
A peça que abre o terceiro dia da Mostra Téspis – sexta-feira (4), às 16h, na Sala Preta, é “(Ab)surdo coração”, da Cia. Ímpares, de Tatuí. Escrita por André Kaires e Marcelo Proença Maciel, o espetáculo é apresentado uma “reflexão sobre o que vem após o grito e as lágrimas de corações arruinados por relações superficiais e vazias”. Na história, uma moça, momentos antes de uma cirurgia de emergência, tem um encontro inevitável consigo mesma. A classificação indicativa é para maiores de 16 anos.
1989
Ainda na sexta-feira, às 20h, no teatro Procópio Ferreira, o grupo Coletivo Cê, de Votorantim, apresenta “1989”. Escrita coletivamente pela equipe e com direção de Júlio Mello, a peça acompanha o cotidiano de uma típica família interiorana – pai, mãe, filha adolescente e avô – em frente ao televisor. O ano é 1989, durante a primeira eleição direta para presidente após a ditadura militar.
“Imagine entrar numa máquina do tempo e viajar de volta para o ano 1989. A programação televisiva zapeada, com fragmentos de fatos marcantes da época, conduz a dramaturgia, que sugere um mergulho lúdico no tempo para reflexão de temas atuais, como relacionamentos interpessoais, alienação e pós-verdade”, descreve o grupo. A classificação indicativa é para maiores de 12 anos.
Coisas do Interior
No sábado (15), às 15h, no “Procópio Ferreira”, a Cia. Teatral Sarapós, de Sarapuí, encena “Coisas do Interior”, sob a direção de Gustavo Barros. “No início de 2019, uma das turmas da companhia, com a missão de fazer uma pesquisa mais consistente e elaborada, voltou seu olhar para as crendices e particularidades do universo caipira”, explica Barros. O material foi compilado pelo jovem escritor sarapuiense Diego J. Rosa, dando origem à peça que relata histórias (ocorridas e imaginadas) na própria cidade.
“A pacata cidade de Sarapuí está em polvorosa. Depois de uma longa e funesta dúvida sobre como um caixão deve entrar no cemitério para garantir o acolhimento do morto no reino do céu, um defunto revive em pleno cortejo e está disposto, para ter um enterro digno, a contar os pecados daqueles que estão envolvidos na grande confusão. Do povo às autoridades, será que alguém sobrevive à língua afiada do morto que desmorreu. A classificação indicativa é para maiores de dez anos.
Acima de qualquer suspeita
O encerramento da Mostra Téspis, às 20h, no Teatro Procópio Ferreira, traz a peça “Acima de qualquer suspeita”, com texto de Rose Tureck – que também dirige o espetáculo – e montagem da Cia. Exodus Art’s, outro grupo da cidade que sedia o festival.
A abordagem focaliza um grave problema dos dias atuais, a exploração sexual de crianças e adolescentes. A peça propõe uma reflexão sobre o que leva o jovem a se prostituir e sobre as pessoas que, direta ou indiretamente, “levam vantagem nesse processo”.
Na história, Berta é uma garota de 12 anos que vive numa cidade do interior. Ingênua, romântica e sonhadora, ela estava feliz com Fred, seu primeiro namorado. A mãe era sua única amiga. Até que ela conhece Lia e Nanete e, para ser aceita pelas novas amigas, entra no mundo obscuro e perigoso de Paulo e do Doutor. Será que ela consegue encontrar o caminho de volta para sua casa, sua mãe e seu querido Fred?. A classificação indicativa é para maiores de 16 anos.
Mostra Téspis
A Mostra Téspis de Teatro do Conservatório de Tatuí chega à quinta edição fiel ao objetivo de oferecer a estudantes e profissionais das artes de palco a oportunidade de sair da rotina de estudos para vivenciar a arte e trocar experiências. O evento reúne grupos teatrais profissionais e atuantes que têm em sua direção ou elenco atores formados no curso de artes cênicas do Conservatório.
A iniciativa convida os ex-alunos a voltarem aos palcos da instituição para mostrar a evolução de seus trabalhos. Ao mesmo tempo, oferece aos estudantes de teatro da escola a possibilidade de conhecerem projetos diferentes e trocarem experiências com quem já está no mercado de trabalho.
O nome Téspis é uma homenagem ao primeiro ator e produtor teatral da história do teatro ocidental. A 5ª Mostra Téspis é organizada pela coordenadora da área de artes cênicas do Conservatório de Tatuí, Fernanda Mendes, e pelo coordenador da Cia. de Teatro do Conservatório de Tatuí, Rogério Vianna. A mostra é uma ação colaborativa entre o Conservatório e a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude.
Serviço
Localizado no Oeste da Região Metropolitana de Sorocaba, o município de Tatuí está a 60 quilômetros de Sorocaba e a 84 quilômetros de Itu e de Piedade. O acesso pode ser feito pelas rodovias Castello Branco e Raposo Tavares (via rodovia Senador Laurindo Dias Minhoto).
Mais informações sobre a Mostra Téspis podem ser obtidas pelo telefone (15) 3205-8444 e no site do Conservatório de Tatuí.
*Com informações da Assessoria de Imprensa do Conservatório de Tatuí.
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