Desempregado recorre à placa para pedir trabalho em semáforo de avenida
Sem emprego há mais de um ano, Carlos Alberto chegou a vender panos de chão, mas teve a mercadoria recolhida
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Munido de uma garrafa de café com leite e uma mochila nas costas, Carlos Alberto da Fontora Medeiros, de 57 anos, recorreu à uma placa para pedir emprego em um semáforo da avenida Carlos Reinaldo Mendes, no bairro Alto da Boa Vista, em Sorocaba. Formado em administração, Carlos está há um ano e meio desempregado e viu a placa como alternativa de conseguir uma recolocação no mercado de trabalho.
O cartaz, feito de papelão, carrega os dizeres: “Ajude-me passar um momento muito difícil! Desemprego, esposa doente. Acredite, minha necessidade é maior que a vergonha de estar aqui!”
Segundo o administrador, ele sai de casa bem cedo e se desloca até o sinal da avenida, onde se programa para passar o resto do dia. Na tarde desta segunda-feira (24), por exemplo, conseguiu um marmitex de uma pessoa que passava pela via, mas, geralmente, o alimento do dia é apenas o café com leite que carrega na garrafa térmica.
Uma das tentativas do desempregado em conseguir dinheiro para manter ele e a esposa, que sofre de depressão e síndrome do pânico e por isso está sem trabalhar, foi de vender panos de chão na avenida Antônio Carlos Comitre. Para conseguir a mercadoria, vendeu o celular que tinha, porém o trabalho não regulamentado resultou na recolha dos produtos por parte da fiscalização. “Estou em tudo que é site de emprego, mas aos 57 anos não se consegue nada”, disse.
Por isso, depois de entregar diversos currículos e não conseguir trabalho, está há cerca de quatro meses carregando a placa nas ruas de Sorocaba. O primeiro ponto onde ele se apresentou com o pedido de emprego foi na avenida Caribe, no bairro Campolim. Porém, segundo Carlos, como o local é “escondido” não teve sucesso no pedido. Foi então que decidiu mudar para um endereço mais movimentado da cidade.
“O pessoal tem ajudado com algum dinheiro, que eu compro os remédios e comida. Mas não é a solução. A solução é um emprego.”
Atualmente, ele a esposa, de 35 anos, vivem em um apartamento cedido no bairro Vossoroca, em Votorantim. Além de um trabalho, o objetivo de Carlos é conseguir dinheiro para arcar com os remédios para depressão da mulher, o Zolpidem 10mg, a Paroxetina 20mg e o Paxil Cr 25mg.
Depois de sofrer um infarto, ele também ficou dependente dos medicamentos Clopidogrel 75mg e o Ancoron 200mg. Uma pessoa que se comoveu com a situação do desempregado doou um telefone para ele continuar a busca por emprego. O número para contato é (15) 9.9149-1006.
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