Partido de Caiado, União Brasil espera gesto do PT para decidir apoio ao governo
Sigla é fusão do DEM com PSL e conta com parlamentares identificados com a direita, como Sergio Moro e Kim Kataguiri
O União Brasil (UB), partido do governador Ronaldo Caiado, reeleito para comandar o Estado de Goiás por mais quatro anos, está aguardando um gesto do Partido de Trabalhadores (PT) para decidir apoio ao governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Cabe ressaltar que o chefe do Executivo estadual já sinalizou que pode se candidatar para presidente da República em 2026. A legenda que surgiu a partir da fusão do DEM com PSL passará a contar no ano que vem com 59 deputados federais e 12 senadores. Com isso, pode se tornar o pêndulo favorável ou contra o futuro governo no Congresso Nacional.
O líder da sigla na Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento (UB-BA), disse que apenas resta um gesto da transição do governo para discutir a possibilidade de apoiar o novo governo. No entanto, os dois antigos partidos que foram o UB eram de oposição ao petismo. O DEM fez oposição ferrenha tanto nos governos Lula quanto da presidente Dilma Rousseff. O PSL elegeu o presidente Jair Bolsonaro em 2018 e, embora ele tenha deixado o partido, muitos parlamentares identificados com a direita permaneceram na legenda.
Assim, com quadros declaradamente contrários ao petismo, como o senador eleito Sergio Moro (PR) e o deputado Kim Kataguiri (SP). Esse último ingressou na política militando contra Dilma. O presidente do UB, Luciano Bivar (PE), descartou publicamente a possibilidade de compor uma oposição. Nascimento destaca que essa decisão não foi por acaso. “Se a gente puder contribuir para abaixar esse clima belicoso que já se estende para além da eleição, nós o faremos”, afirmou o deputado em entrevista para o site Congresso em Foco.
“A situação impõe esse diálogo. Se forem excluídos os partidos que formalmente apoiaram a candidatura Bolsonaro, respectivamente o PL, PP e Republicanos, e que por uma questão lógica deverão ficar na oposição, o PT não vai conseguir dispor de outros partidos grandes que não o União, o PSD e o MDB para construir a maioria”, apontou Nascimento. Ele analisa que o PT terá de oferecer bons termos ao UB, tendo em vista o cenário apertado que o novo presidente enfrentará no Congresso.