Nunes Marques e André Mendonça elogiam Zanin como escolha de Lula para o STF
A confirmação feita pelo presidente Lula de que indicará o advogado Cristiano Zanin para a vaga aberta no STF foi bem recebida pelos ministros da Suprema Corte.
Abordado por jornalistas, o ministro Luiz Fux disse considerar “excelente” a escolha feita pelo pelo presidente da República. O ministro Nunes Marques, indicado por Jair Bolsonaro, chamou a escolha de Zanin de “ótima”.
Luís Roberto Barroso afirmou que Zanin é um advogado “sério e competente”, que demonstrou dedicação ao cliente mesmo “diante da adversidade”.
“O Dr. Cristiano Zanin atuou com elevada qualidade profissional em casos que tramitaram perante o Supremo. Minha visão dele é a de um advogado sério e competente, que exibiu dedicação ao cliente e conduta ética, mesmo diante da adversidade. Da minha parte, será muito bem-vindo”, disse.
Gilmar Mendes, ministro com mais tempo no STF, classificou a indicação como “positiva”. “Foi uma indicação positiva, acho que é uma pessoa qualificada. Então, vai integrar-se bem ao tribunal”, disse Gilmar.
O ministro André Mendonça, outro indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, desejou ao advogado “sucesso” no caminho que ele terá de percorrer no Senado para ser aprovado.
Mendonça disse acreditar que Zanin tem os requisitos para assumir a vaga. “Quero desejar sucesso na trajetória [sabatina] no Senado. Eu acredito que ele [Zanin] cumpre todos os critérios e requisitos para fazer parte deste tribunal [STF]”, disse.
Zanin foi advogado pessoal de Lula na operação Lava Jato. A indicação dele ao Supremo provocou reação de bolsonaristas, inclusive o senador Sergio Moro (União Brasil-SP), que foi juiz da operação e condenou Lula em primeira instância. A sentença foi posteriormente anulada após as descobertas que Moro agiu em conluio com o Ministério Público para condenar Lula sem provas.
Cristiano Zanin
Formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Zanin era especializado em Direito Processual e atuava em Direito Empresarial, especialmente em disputas complexas e grandes casos de recuperação judicial.
Suas vitórias na defesa de Lula, no entanto, o projetaram como um dos principais nomes da advocacia brasileira nos últimos cinco anos.
Com as condenações anuladas pelo STF em causas reconhecidamente difíceis, Lula conseguiu concorrer novamente e assumir seu terceiro mandato como presidente da República.
Zanin tem hoje 47 anos, o que significa que poderia atuar por 28 anos na Corte, até a aposentadoria compulsória aos 75 anos.
Apesar de ser jovem, ele não é o ministro mais novo a ser nomeado e cumpre todos os requisitos determinados pela Constituição como necessários para a indicação, diz o especialista em direito constitucional e administrativo Wallace Corbo, professor de direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Em seu Artigo 12, a Constituição Federal determina que os ministros do Supremo devem ser escolhidos entre “cidadãos com mais de 35 e menos de 70 anos”, de “notável saber jurídico” e “reputação ilibada”.
“Nos últimos anos ele (Zanin) se consolidou como um dos advogados mais conhecidos do país e foi muito bem sucedido em casos que estavam desenganados, é um advogado de grandes causas, não há dúvidas sobre ter um notório saber jurídico”, diz Corbo.
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