Professora é afastada por agredir criança autista de 4 anos em Santa Catarina
Richard Vieira, ND Mais
Uma professora da rede municipal de Porto União, no Planalto Norte catarinense, foi afastada de suas funções após ser acusada de agredir uma criança autista de 4 anos. A mãe do garoto expôs a situação e registrou um boletim de ocorrência. O caso ocorreu no dia 4 de junho e foi registrado pelas câmeras de segurança da escola.
Nas imagens, é possível ver o momento em que a criança sai por uma porta, seguida pela professora, que a puxa de volta para dentro da sala de aula. Em seguida, a criança se deita no chão e a professora a arrasta com o pé para dentro da sala. O menino se levanta e acerta a professora com os braços, que revida.
“Soco no coração”, diz mãe
A mãe da criança, que preferiu não ser identificada para preservar a privacidade do filho, contou como o encontrou após o ocorrido. “Ele veio pela mão da diretora chorando e disse que a professora tinha dado um soco no coração dele. Foi um choque, um impacto muito grande, porque acredito muito no meu filho. Ele é muito esclarecido, conta com muita precisão e tem a memória muito boa”.
Após o episódio, a mãe solicitou as imagens da câmera de segurança e, depois de analisá-las, decidiu registrar um boletim de ocorrência. O caso agora é investigado pelas autoridades.
“Quero deixar um alerta que os pais fiquem atentos, porque por mais que seja um autista não-verbal, nós conhecemos os nossos filhos, quando há uma alteração de comportamento. Não existe só a agressão física, existe também a psicológica, que para eles, que têm uma hipersensibilidade, é muito prejudicial. Muitos têm dificuldade de socialização, com sensibilidade ao som, a gritos, e não têm a capacidade de entender o porquê daquela agressão, daquela pessoa que deveria estar cuidando, atendendo, ser o porto seguro, agredindo”, destacou a mãe.
Professora afastada
A Secretaria Municipal de Educação de Porto União informou, por meio de nota, que tomou conhecimento dos fatos e decidiu pelo afastamento da professora por 60 dias, sem prejuízo de remuneração. O afastamento ocorreu no último dia 7 e pode ser prorrogado ao fim do procedimento.
Além disso, foi instaurado um processo administrativo disciplinar para apurar a conduta da servidora pública, com uma comissão responsável pela investigação, que tem duração prevista de 60 dias.
Procurada pela reportagem, a professora disse que não falaria a respeito do caso e encaminhou o contato da sua assessoria jurídica. O ND Mais tentou contato com os advogados, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.
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