Dois botos ficam encalhados com baixo nível de água em São Miguel do Araguaia
Dois botos, uma fêmea e seu filhote, ficaram encalhados em um lago no Povoado de Luiz Alves, São Miguel do Araguaia, no norte de Goiás. O lago, um dos principais acessos ao Rio Araguaia, tem sofrido com o assoreamento, o que dificulta o fluxo de água. Moradores registraram o momento em que os animais tentavam sair do local sem sucesso.
O incidente ocorreu na quinta-feira, 29. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente informou que os botos foram resgatados e levados para uma área mais profunda do rio. Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, Paulo Lisboa, o assoreamento do lago, causado pelo acúmulo de terra e outros materiais, foi o responsável pelo encalhe. A prefeitura emitiu um licenciamento para a desassoreação do lago, mas, por ser uma Área de Proteção Ambiental (APA), a permissão precisa ser aprovada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Em nota, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informou que enviou uma equipe ao local para monitorar e, se necessário, realizar a translocação dos botos para áreas mais profundas do Rio Araguaia. A equipe inclui um biólogo da Semad, uma pesquisadora e um veterinário do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), que farão medições da temperatura da água e acompanharão o estado de saúde dos animais.
O Rio Araguaia está com seu nível mais baixo em agosto na região de São José dos Bandeirantes, distrito de Nova Crixás, desde o início das medições há mais de 40 anos.
Nota da Semad
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás tomou conhecimento do encalhe de dois botos em um lago com nível baixo no município de Luiz Alves, e que tem emborcamento no rio Araguaia. Nesta sexta-feira (30), um biólogo da Semad, acompanhado por uma pesquisadora e um veterinário do WWF, estão a caminho do local com uma embarcação para fazer o monitoramento e tentar fazer a translocação dos animais para a calha do Araguaia, que tem profundidade mais adequada. O grupo fará medição de temperatura da água do lago para checar a hipótese de que a alta temperatura do corpo hídrico esteja motivando os botos a buscar o leito do Araguaia. Sabe-se que no lago há uma fêmea com filhote e dois adultos, mas foram a fêmea e o filhote que encalharam na última quinta (29).
Semad e WWF vão monitorar, nos próximos dias, o estado de saúde dos botos e proceder com o tratamento deles, se estiverem feridos. Se eles estiverem bem, a translocação será feita de imediato. A Semad já disponibilizou a estrutura necessária ao trabalho da equipe, o que inclui embarcação, equipamentos usados na translocação e pouso para que os profissionais realizem o monitoramento nos próximos dias. O planejamento dos especialistas inclui fazer uma vistoria na região para saber se há outros casos que demandam intervenção.
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