Michelle Bolsonaro “pirou” quando a ficha caiu e ela percebeu que perderia o poder, revela Cid
Em novos trechos da delação premiada de Mauro Cid, o ex-braço direito de Jair Bolsonaro conta que Michelle Bolsonaro entrou em pânico e quase “pirou” ao ver a mudança da família sendo retirada do Palácio da Alvorada no final de dezembro de 2022.
De acordo com o relato, Michelle ficou desesperada ao se dar conta de que deixaria o poder e pediu que fosse tomada alguma medida diante da iminente saída de Jair Bolsonaro do cargo.
A partir deste momento, Michelle exerceu pressão significativa para que seu marido executasse um golpe de Estado. Segundo Cid, Michelle fazia parte de um grupo “mais radical” que instigava Bolsonaro a impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
“Quando ela viu a mudança saindo, ela quase pirou, entrou em pânico”, disse Cid, destacando que a ex-primeira-dama pressionava pessoas próximas para que “fizessem alguma coisa”. Questionado pelos investigadores sobre o que Michelle teria dito exatamente, Cid confirmou: “Ela falava pra gente fazer alguma coisa, tinha que fazer alguma coisa”.
Cid ainda relatou a existência de um grupo que resistia à transição democrática. Além de Michelle, Eduardo Bolsonaro, Magno Malta, Onyx Lorenzoni, Gilson Machado e o general Mário Fernandes são apontados como figuras que atuavam para tentar manter Bolsonaro no poder. O general Mário Fernandes era um dos mais ativos na tentativa de convencer militares a aderirem ao golpe.
Além disso, a delação de Cid revelou divergências entre os filhos de Bolsonaro. Enquanto o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) integrava um grupo conservador que defendia aceitar o resultado das eleições e posicionar o pai como líder da oposição, o deputado Eduardo Bolsonaro apoiava a ideia de um golpe de Estado. Michelle Bolsonaro também estava alinhada ao grupo mais radical, segundo o depoimento.
Em outro trecho da delação, Mauro Cid afirmou ter recebido ordens diretas de Jair Bolsonaro para falsificar os cartões de vacina dele e de sua filha, Laura Bolsonaro. O objetivo seria utilizar os documentos falsos para atender a “uma necessidade qualquer”, incluindo viagens internacionais. Cid relatou que entregou os certificados adulterados “em mãos” ao ex-presidente.
As revelações de Mauro Cid acrescentam novos elementos às investigações em curso sobre as ações do ex-presidente e de seus aliados no período pós-eleitoral de 2022, lançando luz sobre as pressões internas e os planos para subverter o processo democrático brasileiro.
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