O futuro da democracia está em jogo
Ao longo da história, a humanidade testou várias formas de governo. Já fomos governados por patriarcas, reis, generais, caudilhos e, mais recentemente, por representantes eleitos. A autoridade sempre se baseou em alguma fonte: hereditariedade, força, fé ou vontade popular. Mas nenhuma dessas formas resistiu incólume ao tempo — todas, em algum momento, falharam.
A República moderna se constrói sobre a promessa de que o poder emana do povo e se exerce por meio das leis. Diferencia-se da monarquia, onde a linhagem define o governante, e da ditadura, onde a força decide tudo. Na democracia, as regras importam mais do que os homens que as aplicam — o que a faz a forma de governo ideal.
No Brasil, experimentamos essas diferentes fases. Passamos pelas capitanias hereditárias, pela monarquia constitucional de Dom Pedro II — uma exceção de sobriedade institucional — e, depois, por uma república inicialmente elitista, que manipulava eleições e concentrava o poder em poucas mãos. Veio Vargas com seu populismo, seguido de uma ditadura militar (1964–1985), e então a redemocratização. Desde então, vivemos sob o regime democrático, mas ele também tem mostrado sinais de fadiga.
O filósofo italiano Norberto Bobbio, em “O Futuro da Democracia”, lembrou que o valor da democracia está em suas regras do jogo: é o único sistema que permite resolver conflitos sem violência. Mas mesmo esse sistema se enfraquece quando suas bases — o voto livre, a justiça imparcial, a transparência pública — são corrompidas.
Hoje, o maior risco à democracia talvez não venha de golpes militares ou autoritarismos explícitos, mas da erosão interna: populismo disfarçado de sensibilidade social, aparelhamento do Estado, corrupção institucionalizada, uso eleitoral da miséria e politização das decisões judiciais.
Democracias só sobrevivem quando defendidas ativamente. A apatia, o descrédito e a conivência são seus maiores inimigos. Se o governo do povo se transformar apenas em um instrumento para atender aos interesses de poucos — sejam eles políticos ou eleitores —, a própria ideia de democracia se torna vazia.
É hora de lembrar que democracia não é só votar. É também respeitar instituições, cumprir a lei e aceitar que governar não é agradar a todos, mas servir ao bem comum. Ou nos comprometemos com isso — ou perderemos até o direito de reclamar sua ausência.
Nota
Texto editado pela inteligência artificial da OpenAI.
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