Prefeito confirma suspensão de barraca envolvida em agressão a turistas em Porto de Galinhas
O prefeito de Ipojuca, Carlos Santana, confirmou nesta segunda-feira, 29, a suspensão temporária da barraca envolvida na agressão a um casal de turistas em Porto de Galinhas, no Litoral Sul de Pernambuco, após uma discussão sobre a cobrança irregular pelo uso de cadeiras de praia. O episódio, ocorrido em um dos destinos mais visitados por turistas goianos durante períodos de férias e alta temporada, gerou repercussão nacional, mobilizou órgãos de fiscalização e levou a governadora Raquel Lyra a classificar o caso como “crime grave”.
Discussão por cobrança e agressões
Segundo relato das vítimas, os empresários Johnny Andrade e Cleiton Zanatta, o conflito começou após a cobrança pelo uso de cadeiras de praia supostamente ter sido alterada de R$ 50 para R$ 80, sem aviso prévio. O casal afirma que o barraqueiro informou inicialmente que o valor seria de R$ 50, caso não houvesse consumo de petiscos, e que a cobrança seria isenta se houvesse consumo no local.
“Ainda descendo próximo das barracas, um cara já veio e abordou a gente querendo oferecer o serviço dele. Ele ofereceu o valor das cadeiras por R$ 50 e disse que se a gente consumisse os petiscos dele, a gente não ia pagar o valor das cadeiras”, relatou Johnny ao g1. Horas depois, ao pedir a conta, o casal foi surpreendido com a cobrança maior.
Ao questionar a mudança no valor, Johnny afirma ter sido agredido com uma cadeira e, em seguida, cercado por outros comerciantes. “Tinha aproximadamente uns 15 a 20 barraqueiros me batendo. Eu acredito também que foi algo homofóbico, porque eles perceberam que nós somos um casal gay”, afirmou.
Atendimento e investigação
As vítimas receberam ajuda de guardas-civis e foram levadas à Delegacia de Porto de Galinhas. Antes disso, precisaram se deslocar por transporte por aplicativo até unidades de saúde. Johnny foi atendido inicialmente em Porto de Galinhas e, depois, encaminhado para um hospital em Ipojuca, onde exames de imagem constataram fraturas. Ele foi medicado e liberado para continuar o tratamento em casa.
Em nota, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) informou que, quando as forças de segurança chegaram ao local, a situação já estava controlada e que a apuração do caso é tratada como prioridade, com o objetivo de identificar e responsabilizar todos os envolvidos.
Governadora classifica caso como crime grave
Durante entrevista à Rádio Jornal, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, afirmou que o episódio é incompatível com a vocação turística do estado.
“Porto de Galinhas é um lugar que todo pernambucano tem no coração. É o quarto maior destino turístico do Brasil e o que aconteceu é absolutamente inadmissível. Não vamos tratar como incidente, vamos tratar como um crime grave”, disse.
Segundo a governadora, 14 pessoas envolvidas já foram identificadas. “Determinei o acompanhamento de perto com o secretário para que fossem tomadas todas as providências. Já sabemos quem são os envolvidos e eles serão indiciados”, afirmou.
Prefeitura anuncia medidas imediatas
O prefeito de Ipojuca pediu desculpas públicas pelo ocorrido e anunciou uma série de medidas. “Quero começar pedindo desculpas em nome de todos os trabalhadores de Porto de Galinhas. O episódio é lamentável e não representa a nossa história de acolhimento e respeito”, afirmou.
Segundo ele, a barraca envolvida foi suspensa temporariamente, os funcionários identificados foram afastados preventivamente e a fiscalização foi reforçada com atuação integrada da Guarda Municipal, Secretaria de Meio Ambiente e Procon. “Não vamos tolerar abusos. Nosso compromisso é com uma orla segura, organizada e respeitosa para moradores, trabalhadores e turistas”, declarou.
Em nota oficial, a Prefeitura do Ipojuca reforçou que Porto de Galinhas é um destino que recebe milhares de visitantes de todo o Brasil — incluindo um grande fluxo de turistas de Goiás durante férias escolares — e que seguirá intensificando ações de ordenamento, fiscalização e identificação de trabalhadores da orla para preservar a imagem do destino.
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