Cinco ônibus e um lotação são incendiados em Porto Alegre
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) informou que todos os ônibus do consórcio STS e as linhas T11 e T4, da Carris, suspenderam a circulação na Zona Sul após os ataques.
Na Oscar Pereira, um lotação e um ônibus foram interceptados por um grupo de pelos menos cinco pessoas . De acordo com a BM, os criminosos, com armas em punho, bloquearam a via com pedaços de madeira e obrigaram o motorista do lotação a parar. Eles chegaram a apedrejar o coletivo, ferindo o motorista que precisou de atendimento no Hospital de Pronto Socorro (HPS).
O motorista do ônibus que fazia a linha 289, Rincão-Oscar Pereira percebeu o ataque ao lotação e parou o veículo a cerca de 200 metros.
— Eles estavam em cima do lotação em chamas. Quando me viram, correram em minha direção mandando todo mundo descer. Não tinha como eu voltar por causa do movimento na rua — conta Alexandre da Costa Torres, de 47 anos.
Segundo ele, o grupo deu tiros para cima e contra o para-brisa do ônibus, mas ninguém se feriu. Após atearem fogo nos dois coletivos, eles fugiram.
Essa ação é em represália a uma abordagem da Brigada Militar realizada na tarde desta terça-feira, quando Luciano Gustavo da Rosa foi baleado e morreu no hospital.
Na Rua Ventos do Sul, seis pessoas armadas teriam descido de dois carros e ateado fogo a dois coletivos que estavam no final da linha. Na Eduardo Prado, o ataque teria sido cometido por pelo menos dois motociclistas armados.
A Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) se manifestou por meio de nota à imprensa. Confira a íntegra abaixo:A Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) manifesta a sua preocupação com os acontecimentos envolvendo veículos de transporte coletivo na noite desta terça-feira (01), e entende a necessidade de uma ação conjunta entre os poderes constituídos e demais envolvidos. A entidade acredita que deve haver um esforço de atuação e estratégia entre todas as partes – Poderes Municipal e Estadual, Secretaria de Segurança, Brigada Militar, EPTC e empresas de ônibus – para que se encontre uma efetiva forma de identificar e punir os responsáveis pelos episódios que prejudicaram um contingente de usuários de ônibus, assim como evitar que os atos de violência voltem a ocorrer. Além dos significativos danos ao patrimônio, os incidentes envolvendo os ônibus representam prejuízo direto às pessoas, com a fragilização na prestação de um serviço público que deixa de atender a população. Há, ainda, o dano imensurável da sensação de medo que atinge os nossos rodoviários, principalmente, em tão curto espaço de tempo entre os episódios de crime e violência. A ATP clama por ações que possam pôr fim aos ataques, antes que eles virem uma rotina no transporte coletivo de Porto Alegre.