Com paralisação, moradores da Zona Sul esperam mais de uma hora por ônibus
Desde a madrugada desta quarta-feira, a cena se repetia nas paradas de ônibus da zona sul de Porto Alegre. Sem saber como agir, dezenas de pessoas aguardavam pela passagem dos coletivos, cujo serviço foi suspenso no local durante a noite de terça-feira e a madrugada em razão do ataque a seis veículos .
AO VIVO: a movimentação na zona sul de Porto Alegre após ataques a ônibus
Por volta das 7h, as filas aumentavam nas paradas. Cansados em razão da espera para realizar os deslocamentos, alguns moradores buscavam meios alternativos, como carona, lotações e táxis, ou saíam a pé.
A auxiliar de serviços gerais Aline Gomes, 25 anos, aguardava com a filha de seis anos há mais de uma hora por um ônibus. Moradora da Restinga, ela ouviu que os coletivos estariam trafegando somente pelas grandes avenidas e resolveu ir até uma delas para tentar chegar ao trabalho e deixar a criança na escola.
— Não condeno eles (os trabalhadores do transporte público da Capital) . A gente também corre risco todos os dias. Não temos opção. De um jeito ou de outro, temos que cumprir o nosso serviço — afirmou.
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Já o açougueiro Renato Alves, 32 anos, decidiu percorrer a pé o trajeto entre a Vila Cruzeiro e o Mercado Público, no Centro, onde trabalha. Alves esperava desde as 6h pelo ônibus e estava confuso sobre os ataques que ocorreram na noite desta terça-feira.
— Faço esse trajeto todos os dias. Não seio bem o que aconteceu. Ninguém sabe muito bem. Estamos aguardando. Vou ter que ir a pé até o trabalho — contou.
Relembre casos de ataques a coletivos em 2015 em Porto Alegre
Essa ação é em represália a uma abordagem da Brigada Militar realizada na tarde desta terça-feira, quando Luciano Gustavo da Rosa foi baleado e morreu no hospital.
Na Rua Ventos do Sul, seis pessoas armadas teriam descido de dois carros e ateado fogo a dois coletivos que estavam no final da linha. Na Eduardo Prado, o ataque teria sido cometido por pelo menos dois motociclistas armados.