Prefeitura volta atrás e diz que não quer burocracia para uso do Ramiro Souto
Depois de a Secretaria Municipal de Esportes, Recreação e Lazer notificar alguns usuários do Parque Ramiro Souto , que fica dentro da Redenção, em Porto Alegre, por promoverem atividades esportivas com rendimento econômico e por utilizarem o espaço para divulgações de marcas e patrocínios por meio de banners e tendas, a prefeitura admitiu ter errado no teor do documento. A declaração foi feita pelo vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB) em reunião com grupos de corrida e demais usuários do espaço na manhã desta sexta-feira, no próprio Ramiro Souto:
— As pessoas erram, as pessoas acertam. Não vou discutir quem ganha, o que ganha, o que cobra, isso é da iniciativa privada (falou em relação à prática de atividade remunerada na pista). O governo não está aqui para discutir isso, mas para esclarecer, para reconhecer que talvez, na hora, pode ter saído um ofício com várias interpretações.
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Depois de um bate-boca em que muitos disseram que não era uma questão de interpretação, o vice-prefeito foi taxativo:
— Vocês não estão me entendendo: eu estou aqui para dizer que não vai ter burocracia! _ referindo-se à notificação que foi distribuída inicialmente no parque. — O que convencionarmos aqui vale mais do que qualquer papel.
Melo — ao lado do secretário de Esportes, Recreação e Lazer, José Edgar Meurer —, deixou claro que não vai ser exigido cadastro para usar o espaço.
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No início do encontro, a preparadora física e corredora Rita Abero, profissional da área há 24 anos, três deles como frequentadora da pista, lembrou que, se não fossem as assessorias de corrida, esta área do parque não seria habitável. Outras pessoas que estavam na reunião lembraram que, com a presença dos grupos, as pessoas podem correr se sentindo mais seguras.
Rita ainda disse que está em contato com outras assessorias esportivas para uma proposta de adoção da pista.
— Não é para dar dinheiro, mas para a gente mesmo conseguir tinta para pintar as grades, melhorar a pista, entre outras coisas.
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O vereador Kevin Krieger (PP-RS) também estava presente e disse que o erro já foi reconhecido. Agora, a ideia é formar um grupo de pessoas para discutir questões do uso do espaço.
— A gente precisa trabalhar com uma comissão, se é possível adotar esse espaço, para melhorar e qualificar, entender quais são as questões de propaganda ou não. Acho que temos de avançar em relação a isso.
Ao fim do tumultuado encontro, o coordenador do parque, Celso Luiz Mastrascusa, lembrou que, em reunião feita em 2015 com representantes de grupos de corridas e outros esportes, problemas como estacionar dentro do parque, colocar bicicletas na pista de atletismo, prender aparelhos nas grades da pista ocorriam com frequência. A questão é que continuam sendo evidenciados, afirma ele:
— Vamos montar um grupo pequeno para se reunir com a orientação do parque e a prefeitura para montar um regulamento e depois apresentar para o grande coletivo.
Cinco nomes foram escolhidos no encontro mesmo para fazer parte do grupo e devem se reunir nos próximos dias para os primeiros debates.
Uso do Cete será discutido em reunião na segunda-feira
O Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete) acabou entrando na pauta, ainda que seja vinculado à Fundação de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul (Fundergs), e não à administração municipal. De qualquer forma, as autoridades presentes confirmaram que a presidente da Fundergs, Lygia Moeller Cruz, receberá uma comissão às 10h de segunda-feira para esclarecer sobre o uso da pista no Menino Deus.
Necessidade de um cadastro por parte dos usuários, restrição de horários de uso e proibição a professores particulares e personal trainers para atividades em aulas estão entre as regras do local que causaram polêmica quando estabelecidas.