Esther Pillar Grossi: pensando!
Como é bom pensar! Pensar é uma prerrogativa única e muito especial.
Voltando do 1º Colóquio Internacional sobre a Teoria dos Campos Conceituais na Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, me sinto embaladíssima pela plêiade de pensadores que para lá acorreram de que é muito urgente fazermos algo para alargar o número dos que podem curtir a alegria e o empoderamento que o pensar proporciona.
O elaborador da Teoria dos Campos Conceituais, Gérard Vergnaud, fisicamente não veio de Paris (onde reside ) para Viçosa. Mas o Colóquio esteve inundado por sua preciosa Teoria dos Campos Conceituais.
Retornei disposta a organizar estudos não só para escolares, mas para qualquer pessoa que queira aceder ao prazer de pensar.
Coordenei três momentos de estudo em Viçosa, os quais me reforçaram sobre a validade dos cinco anos em que fui orientada por Gérard Vergnaud na produção de minha tese de doutorado a respeito de algo extraordinário: o Teorema Fundamental da Aritmética do Livro VII dos Elementos de Euclides. Ele foi retomado em 1933 como base para a definição de um novo ramo da matemática sobre as estruturas de ordem parcial, que são riquíssimas. Elas foram consideradas por Piaget como as mais fecundas para organizar o pensamento.
Não pensem que elas são daquelas formulações inacessíveis que só os iniciados podem compreender. Elas estão no nosso dia a dia, a começar pelas relações de parentesco. E mais, elas estão na base de sociedades democráticas.
Na dimensão deste texto, é impossível seduzir os leitores para que busquem o domínio de tais riquezas lógicas. Certamente publicarei sobre elas, assim como colegas que estiveram em Viçosa, socializando-as para quem por elas se interessar.
Os Elementos de Euclides são 13 livros aparecidos na Grécia, 300 anos antes de Cristo de autoria de Euclides. Cogita-se que Euclides foi o pseudônimo de um grupo de matemáticos, e não uma só pessoa. Os Elementos só perdem para a Bíblia em número de edições publicadas.
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