Ana Carolina se apresenta em Porto Alegre e Novo Hamburgo
Um sarau na sala de casa. Assim Ana Carolina descreve o show que apresenta nesta quinta, às 21h, em Porto Alegre, com ingressos quase esgotados no Teatro do Bourbon Country, e sexta, às 21h, no Teatro Feevale, em Novo Hamburgo.
Leia mais notícias sobre música
Não à toa, o espetáculo leva o nome de Solo , e traz a poderosa voz da cantora acompanhada apenas por um violão – como que exorcizando a turnê anterior, #AC . Com banda completa e repleta de parafernália tecnológica, a excursão mais recente rodou o Brasil e o Exterior por quase dois anos.
– Há algum tempo, eu já pensava em fazer um show focado em canções de outros artistas que eu quisesse cantar e que fosse algo mais intimista – explica, via e-mail. – Então, quando estava terminando a turnê de #AC , decidi encarar esse projeto especial e com "edição limitada" e voltar ao início de tudo, quando éramos apenas eu e meu violão.
No repertório, Ana inclui músicas próprias (como os hits Garganta e Eu que Não Sei Quase Nada do Mar ) e de compositores que são do seu gosto pessoal e também referência na carreira, como Chico Buarque ( Essa Pequena, Cecília ), Caetano Veloso ( Miragem de Carnaval ), Belchior ( Coração Selvagem ), Djavan ( Um Amor Puro ) e Lupicínio Rodrigues ( Pra São João Decidir ), entre outros.
– Quando eu cantava em bares, tinha um extenso repertório e todo dia experimentava algo novo. Esse show é isso também, um "work in progress" e no "balanço das horas tudo pode mudar" – escreve.
Para o show no Teatro Feevale, em Novo Hamburgo, os ingressos custam
R$ 140 (frisas), R$ 160 (balcão) e R$ 200 (plateia baixa e camarotes).
Confira abaixo a entrevista completa com a cantora:
Como chegou neste formato de show, somente voz e violão? Era algo que você já vinha tentando?
Há algum tempo eu já pensava em fazer um show focado em um repertório com canções de outros artistas que eu quisesse cantar e que fosse algo mais intimista. Eu estava acabando a turnê do #AC que por dois anos rodou no Brasil e exterior e que era o oposto, uma banda, cenários, projeções, vídeos etc... Era o momento certo, decidi encarar esse projeto especial e com "edição limitada" e voltar ao início de tudo quando éramos apenas eu e meu violão.
Há uma participação do DJ Mikael Mutti. É um set solo dele ou algum tipo de intervenção?
Costumo brincar que é um espetáculo solo mas com um "pas-de-deux" no meio. O Mika estava no show do #AC e no cd homônimo, é um grande músico e que além de produtor e DJ, é um "homem orquestra". Ele faz comigo algumas canções que precisam de algo além que a voz e o violão. Uma intervenção luxuosa mas que não descaracteriza a ideia central de que o show seja mesmo mais orgânico e acústico.
Como escolheu o repertório? São músicas que você tem alguma ligação ou que se encaixaram neste formato?
Ambos. Tenho grande admiração pelos compositores que as assinam e alguns deles fazem parte da minha formação como artista. Escolhi um grupo de canções que me chamam atenção por suas letras e personalidade. Quando eu cantava em bares eu tinha um extenso repertório e todo dia experimentava algo novo, esse show é um "work in progress" e no "balanço das horas tudo pode mudar". É um show que me faz exercer a liberdade, a despretensão e o formato final é muito pessoal. Há quem diga que assistir o Solo é como participar de um sarau na sala de casa.
Seu último álbum de estúdio foi AC, de 2013, certo? Está nos seus planos produzir ou lançar um novo trabalho de músicas inéditas em 2016?
O #AC nasceu quatro anos após o 9 de 2009, fui fazendo canções e reuni quase 50 antes de escolher o que gravaria naquele álbum. Sigo produzindo diariamente, gravo, edito, preparo e quando acho que tenho um grupo bom de canções e o momento pede, coloco "o bloco na rua". Tenho pensado em lançar um novo material sim, qualquer hora dessas sai um trabalho "completo" mas tenho exercitado lançar canções soltas, criar parcerias, participações, etc. Não gosto de calcular, de programar, gosto do exercício de deixar a música fluir e o resultado é consequência disso.