Movimentos sociais e de trabalhadores vão às ruas nesta sexta contra o impeachment
Movimentos sociais, organizações sindicais e partidos políticos realizam nesta sexta-feira, em Porto Alegre, a 20ª Marcha dos Sem. Organizada anualmente desde 1996, o protesto terá como principal pauta a defesa do mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) e contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
— Temos críticas ao governo, sobretudo questões econômicas, mas ela (Dilma) foi eleita. Por isso, o que estão tentando fazer em Brasília, com diversas manobras, é um golpe — defende Cedenir de Oliveira, dirigente nacional do Movimento Sem Terra (MST), uma das entidades que encabeça o protesto, ao lado de CUT, CTB, Via Campesina, movimentos de ocupações, ONGs, sindicatos de trabalhadores e partidos políticos de esquerda, entre outros.
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Além da defesa da democracia e dos temas tradicionais, como moradia, educação, segurança e outros direitos, os manifestantes também vão se posicionar contra o governo de José Ivo Sartori.
A concentração começa às 14h na Rótula das Cuias, em frente ao Parque da Harmonia. Os manifestantes seguirão em caminhada pela Avenida Aureliano de Figueiredo Pinto, passando Avenida Borges de Medeiros e Rua Jerônimo Coelho, encerrando o ato na Praça da Matriz, diante do Palácio Piratini. Veja no mapa:
O Movimento Unificado, que promoveu diversos protestos com centenas de servidores de diferentes categorias no Estado neste ano, também fará parte do protesto. De acordo com Solange Carvalho, vice-presidente do Cpers, um dos sindicatos mais atuantes do movimento, os professores vãos às ruas nesta sexta por dois motivos:
— Primeiro, porque é um momento muito importante da nossa sociedade e da nossa política e, como sempre nesses 70 anos, o Cpers vai lutar junto. Vamos dizer “não ao golpe” — aponta. — O outro, que é mais específico, visa chamar à atenção para nós, servidores, que fomos sacrificados pela crise econômica, como se nossos míseros salários fossem culpados.
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Na manhã de sexta-feira, os mesmos movimentos vão lançar a Frente Brasil Popular (FBP) no Rio Grande do Sul. O evento começa às 9h no auditório da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag/RS), na Rua Santo Antônio, 121, bairro Floresta. A entidade tem como objetivo reunir os diferentes movimentos sociais, políticos e populares e discutir, conjuntamente, o futuro do país.
— Vai ser um dia histórico em Porto Alegre, porque coincide com esse ataque à democracia brasileira — afirma Claudir Antonio Nespolo, presidente da CUT-RS. — Até porque todos são a favor do impeachment em Brasília são os mesmos que votaram contra o interesse dos trabalhadores — complementa, citando o projeto que regulamenta a terceirização (PL 4330), aprovado pela Câmara e enviado ao Senado.