Premiê italiano pede ajuda para crianças sírias
A gigante italiana da energia, Enel, anunciou nesta quinta-feira um aporte especial para escolarizar 20 mil crianças sírias afetadas pela guerra, um exemplo que o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, pediu nesta quinta-feira para ser seguido pelas empresas da Europa.
A Enel prometeu aportar 500.000 euros (US$ 547.000 dólares) para o projeto "Educar uma criança", do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
"Este dinheiro não é jogado fora... Se todas as empresas do mundo fizessem o mesmo a diferença seria notada", comentou Renzi.
"Mandar uma criança para a escola é o ato mais belo e justo que podemos fazer", acrescentou.
Trata-se, também, de uma resposta concreta à solicitação do secretário das Nações Unidas, Ban Ki Moon, para que as empresas de todo o mundo participem de programas para aliviar a situação dos refugiados, particularmente de crianças e jovens.
"Não queremos nos acostumar a ver fotografias de crianças mortas nas praias da Europa, não quero que nenhum de nós se acostume a isto", afirmou a presidente da Enel, Patrizia Grieco, em coletiva de imprensa.
Segundo a Acnur, cerca de 6,5 milhões de deslocados lutam na Síria por acesso à educação.
A agência das Nações Unidas calcula que educar uma criança síria custa apenas 22 euros ao ano, por isto os aportes podem ser relativamente baixos.
A falta de escolas é um dos sete fatores que levam as famílias sírias a tentar a perigosa travessia do Mediterrâneo.
Com salas de aula bombardeadas e escolas em zonas pouco seguras, quase uma geração de sírios não pôde estudar depois de quase cinco anos de conflito.
Os sírios são mais da metade dos 921.700 imigrantes resgatados no Mediterrâneo este ano.
O número de mortos durante a travessia aumentou para mais de 3.500 só em 2015, entre eles 700 crianças, segundo a Fundação Migrantes.
"Setecentos é um número terrível. Estas crianças tinham, nomes, brinquedos, famílias. Temos que nos mobilizar para ajudar a Síria, para que não tenham que fugir", assegurou Renzi.
"Não se trata de caridade, é um investimento", explicou Grieco.
As Nações Unidas querem criar uma rede de empresas que se comprometam a melhorar as práticas sociais e ambientais dos países em conflito.
* AFP