O ator Raul Gazolla está em Maracaju e participa nesta manhã do lançamento de um projeto para atendimento de denunciados por agressão no âmbito doméstico. A iniciativa, chamada Restaurando Famílias, envolve a prefeitura e o comando local da Polícia Militar, onde vai ser implantado o projeto e consta das atividades do Agosto Lilás. A ideia é reunir agressores e fazê-los passar por palestras e orientações na tentativa de quebrar o ciclo da violência. O prefeito da cidade, Marcos Calderan, a primeira dama do Estado, Mônica Riedel, e a subcomandante da PM, coronel Neidy Centurião, que está respondendo pela corporação, também participam do evento. Representantes do Ministério Público, Defensoria, de entidades e servidores que atuam na defesa das mulheres também estão no local. Gazolla considerou um trabalho de “formiguinha” alertar as mulheres sobre a violência doméstica, considerando que se não gera a redução imediata de casos, pelo menos vai gerar conscientização, o que vai acabar produzindo efeitos. Ele sugeriu que há vítimas que têm uma visão romantizada da agressividade do companheiro, chegando a considerar que o controle e impulsos violentos seriam demonstrações de afeto. O ator ainda falou sobre o aprendizado que situações como a que enfrentou, com o assassinato da esposa em 2002, a atriz Daniella Perez, devem produzir na sociedade. Segundo Gazolla, Daniella não revelou que sofria assédio por temer consequências que pudessem ocorrer e acabou pagando com a vida. Para ele, a lição que fica é que é preciso ter atenção às relações das mulheres, se não estão sofrendo assédio no trabalho, se não ocultam a condição por medo e acabam expostas a situações mais graves. Sobre a tese de defesa da honra, que muitos homens chegaram a se valer para justificar a violência contra mulheres e o STF (Supremo Tribunal Federal) pontuou que se trata de uma tese inconstitucional, Gazolla disparou que aqueles que usam esse tipo de alegação não agem como homens, mas como “ratos e covardes”. O ator já tinha vindo ao Estado há cerca de dois meses para um evento também sobre o tema da violência contra mulheres, na sede do MPE (Ministério Público Estadual), em Campo Grande. Agosto Lilás- O Governo do Estado anunciou serviços esta semana para marcar a campanha, como aquisição de tornozeleiras e telefones celulares para monitoramento de agressores e comunicação às vítimas. A Polícia Civil apontou que houve acréscimo do número de registro de ocorrências de violência doméstica, o que foi sentido como redução da subnotificação, com as mulheres tendo coragem de denunciar agressões e ameaças. (Colaborou Hosana de Lourdes, do site Tudodoms)
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