Universidades e Marinha se unem em projeto para analisar água do Rio Paraguai

A qualidade da água do Rio Paraguai, no Pantanal Sul será analisada por uma equipe da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Pesquisadores percorreram 470 km do perímetro fluvial entre Ladário e a foz do Rio Apa, em Porto Murtinho. O trabalho realizado entre os dias 7 e 12 de agosto só foi possível com a colaboração do Comando do 6º Distrito Naval da Marinha do Brasil (Ladário/MS). Liderados pelos professores Sidney Kuerten (UEMS) e Aguinaldo Silva e Hudson de Azevedo Macedo (UFMS-CPAN), os estudantes coletaram amostras de água, microplásticos e sedimentos de fundo, além da realização de medições de descarga com ADCP (do inglês, Acoustic Doppler Current Profiler), um perfilador hidroacústico de correntes que mede a velocidade de partículas na coluna de água. Tais atividades foram executadas ao longo de 40 sessões transversais, abrangendo não apenas o Rio Paraguai, mas também seus principais afluentes na área investigada. As atividades foram conduzidas durante o período de cheias na região sul do Pantanal Sul-Matogrossense, adicionando relevância às descobertas. A coleta faz parte do projeto de pesquisa intitulado “Dinâmica Hidrossedimentológica e Depósitos Quaternários do Rio Paraguai no Pantanal Sul (Entre a Foz dos Rios Miranda e Apa)”. O objetivo é coletar dados inéditos que contribuirão significativamente para a compreensão da dinâmica hidrossedimentar do Rio Paraguai e sua complexa interação com a bacia sedimentar do Pantanal. “Esta investigação pioneira não apenas preencherá lacunas no conhecimento científico e literário internacional, mas também terá implicações profundas na análise do comportamento do Rio Paraguai, incluindo processos de sedimentação e erosão. Essas descobertas ganham ainda mais importância ao considerar que a área estudada é parte integrante da hidrovia dos rios Paraguai/Paraná, desempenhando um papel crucial em um contexto mais amplo”, destacou Kuerten, o professor da UEMS que lidera a pesquisa. Essa colaboração multidisciplinar entre várias instituições do Brasil e a Universidade do Kentucky (EUA) enriquecerá o entendimento da dinâmica do Rio Paraguai e da bacia sedimentar do Pantanal. “Uma intrincada relação hidrológica e sedimentar surge no Rio Paraguai, influenciada pela intensidade das cheias. A hipótese central sustentada é que, neste trecho, o rio segue um padrão herdado, reutilizando formas antigas para se adaptar a condições hidrológicas substancialmente diferentes daquelas em que se originou. As implicações ambientais e ecológicas desse fenômeno ainda são um mistério, tornando o foco desta pesquisa de extrema relevância”, explica o professor. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.