Deixa a porta aberta
Esta noite sonhei com a casa em que morei dos 20 aos 24. Era um sobrado ali na Mateus Grou, numa vila entre a Cardeal e a Teodoro. Acordei com a casa viva na minha memória. Melhor: eu que estava vivo dentro da casa. Naquele lusco-fusco entre o sono e a vigília, passei pelo portão elétrico encrencado, vi sobre a calçada o jornal dentro do plástico amarelo, passeei por cada cômodo pisando sobre os tacos soltos, ouvi a gaveta das meias ranger, senti o cheiro úmido do socavão onde ficavam as malas, cheguei até a sofrer de novo... Читать дальше...