Hugo realiza primeira captação de coração do mês em Goiás
Doador de 38 anos possibilitou que pacientes no Distrito Federal e Pernambuco ganhassem coração, fígado e rins
O Hospital Estadual de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) realizou na noite desta quarta-feira, 22, a primeira captação de coração do Estado no mês de setembro. Além do coração, foram captados fígado e rins.
Os órgãos foram doados pela família de um homem de 38 anos que foi vítima de um atropelamento. Ele deu entrada na unidade no dia 14 de setembro e teve morte encefálica decretada na noite de terça-feira, 21.
O coração, o fígado e um dos rins seguiram do centro cirúrgico do Hugo para pacientes do Distrito Federal. O outro rim foi para um receptor do Pernambuco. O processo foi conduzido pela Organização de Procura de Órgãos (OPO-Hugo) em parceria com a equipe multiprofissional da unidade.
Logística complexa
Um time de cirurgiões veio do Distrito Federal em um esquema logístico realizado pela Força Aérea Brasileira (FAB). A logística utilizada no transporte dos órgãos condiz com a complexidade do processo e a necessidade de uma coordenação que atendesse os procedimentos em tempo hábil para uma captação de coração.
A doação de coração é uma operação delicada que tem um período máximo para ser concluída. Depois da avaliação do órgão pela equipe médica responsável pelo transplante, é feito o clampeamento da aorta, quando a artéria é pinçada. A partir deste momento, o procedimento que começa na retirada do coração do corpo do doador e termina na conclusão da cirurgia de implante no receptor deve ser todo concluído em até quatro horas.
No caso dos rins, esse período pode chegar a até 36 horas sem causar comprometimento do órgão transplantado. Já para o fígado, o limite de horas entre a retirada do corpo do doador e o implante do receptor é de, no máximo, 12 horas.
De acordo com Marcus Jasson, médico captador de rins da Central Estadual de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos de Goiás, a relevância da captação de órgãos feita na noite de quinta-feira é muito importante “por se tratar de um doador e vários receptores”.
A equipe realiza uma série de exames, avalia a viabilidade de concluir a retirada e o implante daquele órgão, antes de iniciar o processo de transplante. “Cada órgão tem a sua particularidade técnica e de viabilidade. A parte cardíaca tem prioridade pela necessidade de o coração ser retirado e implantado em um intervalo curto de horas. Depois fazemos a retirada da parte hepática (fígado). Em seguida, os rins”, detalha Jasson.
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