Triste figura na Rua Padre João Crippa, Centro de Campo Grande, imóvel histórico tem projeto travado há três anos para receber investimento de R$ 1,2 milhão e ganhar vida nova. Contudo, enquanto definha ao lado de esqueleto de casas e loja, a construção segue à espera de que a administração municipal autorize as intervenções. No debate mais recente, a situação tinha empacado sobre uma janela na fachada. Porém, enquanto isso, a prefeitura não se esquece de cobrar providências. Na segunda-feira (dia 11), a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) publicou notificação com prazo de 30 dias para que a empresa Nexsolar Soluções em Energia Solar Ltda, dona do imóvel, faça a conservação, como prevê o decreto de proteção do patrimônio histórico, paisagístico e cultural. Proprietário da Nexsolar, Felipe de Oliveira Araújo afirma que casa foi comprada em março de 2020. A ideia inicial era demolir e erguer a sede da empresa. Mas, só depois da aquisição, soube que a construção estava na Zeic (Zona Especial de Interesse Cultural). Portanto, a fachada não poderia ser alterada. Depois de ver três empresas desistirem do projeto arquitetônico, um quarto escritório faz as adaptações na tentativa de que o poder público libere as modificações. O levantamento aponta infiltrações, graves problemas na cobertura, fragilização do madeiramento e vandalismo. “A gente também precisa do apoio do poder público. Já invadiram lá. Tive que gastar com advogado, entrar na Justiça. É um bem que a gente quer utilizar, mas fica nesse empurra-empurra”, diz o empresário. A proposta é de que o local funcione como ponto de reabastecimento para veículos elétricos e tenha restaurante. Manter o original- A arquiteta Tathyane Sangalli informou à reportagem que a intenção é manter os elementos que ainda estão íntegros no imóvel, que tem 70 anos. Conforme ela, a fachada será restaurada, assim como todos os pisos internos de ladrilho hidráulico decorado, as lajotas cerâmicas e possivelmente as portas internas em madeira. O aproveitamento depende da conservação dos materiais, explicou. “Estamos resgatando nesse projeto as técnicas originais: as argamassas de cal e terra serão recompostas utilizando as mesmas técnicas originais. Mas também vamos trabalhar com paisagismo no local, iluminação para valorização da fachada e modernização de toda a infraestrutura do imóvel”, apontou, sobre o projeto que já foi enviado à Prefeitura. Ela destacou que há a preocupação em valorizar as características principais no trabalho de restauro, “ respeitando a significância cultural (o motivo de sua preservação), mas trazendo o imóvel para os tempos atuais.” O Campo Grande News questionou a prefeitura sobre o andamento do processo para liberar ou não a obra, mas não recebeu resposta até a publicação da matéria. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News .
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